A Lisnave:
O local de estudo que nós escolhemos para estudar foi a Lisnave, tal como podem observar na imagem aqui em cima...
Escolhemos a Lisnave pela importância que teve em tempos passados, esta sempre esteve muito ligada à construção de navios principalmente dos "Petroleiros" e "SuperPetroleiros", a diferença entre estes dois é que o "Mega-Petroleiro" pode chegar a ter 300.000 toneladas, a grande capacidade das docas e da qualificação dos seus trabalhadores que estudavam em escolas próprias investindo na alfabetização e instrução em mecânica fez com que a Lisnave fosse importante na construção naval, com alunos mais instruídos havia a rápida eficiência na execução dos trabalhos, e uma melhor organização da parte interna.
A grande capacidade dos porões e docas, faziam com que os grandes navios atracassem em Almada.
Em termos de Estaleiros Navais a Lisnave encontrava-se sempre na vanguarda da tecnologia, mantendo isso até ao seu fecho.
Algumas informações:
- Abertura: 23 de Junho de 1967;
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Fundadores e investidores: Navalis, Parry&Son, Eriksberg, Kockums, Wilton-Fijernoord, NDSM, Banco Fonsecas, Santos&Viana, José Manuel de Mello, entre outros;
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Numero máximo de trabalhadores: 8600 (1979)
- Encerramento: 2000 - Transferência para Setúbal (Mitrena)
Pequenos excertos do Livro "A Industria Naval em Almada":
"Em 1962, é autorizada a construção e exploração de um novo estaleiro na margem sul do Tejo, na baia da Margueira, iniciando-se as obras em 6 de Abril de 1964. Vocacionado para receber navios de grande tonelagem, aproveita a posição excepcional do Porto de Lisboa nas rotas onde se desenvolvia 75% do tráfego de petroleiros de todo o mundo, beneficiando com o encerramento do Canal do Suez, em 1967, que obriga a viagens mais longas pela velha Rota do Cabo, aumentado a necessidade de reparação e conservação bem como à construção de navios cada vez maiores, dando-se início à era dos superpetroleiros."
"A Lisnave investe na qualificação da sua mão de obra, na alfabetização/instrução e formação profissional promovida no país e nos estaleiros suecos e holandeses associados e inaugura em 1970 o
Centro de Formação Manuel de Mello, possibilitando a formação de 3000 homens por ano, contribuindo para aumentar a especialização de todos os operários da Lisnave, fundamental num mercado tão competitivo. Resultado do aumento da produtividade global, é possível uma redução no horário semanal do pessoal oficinal de 48h para 46,5h e o pagamento dos salários acima da média.
Memória Sustentável:
Ao analisar estes dois excertos, podemos dizer que a Lisnave investiu na qualidade e no bem-estar dos seus trabalhadores, lutou para que estes se sentissem bem no seu próprio local de trabalho.
Esta competitividade entre estaleiros navais levou com que estes fizessem algo para se destacar entre si, e mostrar às empresas petrolíferas que o Estaleiro da Margueira era o sitio indicado para a reparação, conservação e construção de navios.
Escolhemos esta "ex"-empresa, pelos potenciais que esta possui e tentar mostrar que ao ter uma boa organização e vontade de mostrar ao mundo as qualidade de Portugal, mostrar ao mundo que apesar da crise e dos problemas sócio-económicos que estamos a passar, podemos dar a volta ao assunto, este local tem muito património histórico, pelo que seria interessante para o nosso concelho e todo Portugal ficar a saber um pouco deste
"antigo" mundo.
Galeria de Imagens:
Lisnave: O"ontem" e o "hoje"